No mês de março aconteceu o curso de meliponicultura – abelhas sem ferrão, realizado pelo Sindicato Rural em parceria com o SENAR. De acordo com o professor Celso Ribeiro Cavalcante de Souza, esse tipo de criação de abelhas é relativamente novo, mas, vem crescendo o número de adeptos.
Ele explica que as abelhas sem ferrão são originárias do nosso território, sendo que as outras abelhas com ferrão (apis melífera), são exóticas trazidas ao Brasil na época da colonização. “O Brasil apresenta mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão e, no mundo todo existem mais de 400 espécies, ou seja, o Brasil detém a maior diversidade desse tipo de abelhas”, comenta. No entanto, abelhas sem ferrão produzem um volume bem menor de mel, enquanto a apis produz 100 quilos de mel por caixa/ano, as abelhas nativas produzem em torno de 2 litros por colmeia/ano.
Maria Cristina Sobrinho fez o curso e gostou muito. “ Eu estava há 2 anos buscando esse curso para conhecer um pouco mais sobre o assunto, porque já admirava a abelha jataí que tão pequena produzia mel. O curso superou minhas expectativas, mas, agora quero fazer o curso de apicultura”, ressaltou.
O professor explica que os produtos da abelha em ferrão são utilizados para produtos medicinais. “A comunidade científica tem comprovado o valor medicinal dos produtos, prova disso, é que já existe um colírio feito com o mel de abelha jataí que combate a catarata”
De acordo com o professor, o grande benefício desse tipo de abelha é que pode ser criada no jardim, observando a legislação vigente. “Por não terem ferrão, não representam riscos e podem ser colocadas na área urbana”, comenta.
Para o aluno Paulo Henrique de Castro Machado, o curso foi muito bom. “Conheci a abelha sem ferrão quando fiz curso de cozinha na ETEC e me interessei. Percebi que existe um universo muito grande e muito ainda para aprender. Assim quero fazer o curso de apicultura também”, salientou.
O professor destaca a grande importância das abelhas como polinizadoras. “Muitas espécies de abelhas estão em extinção, o que leva o declínio da taxa de polinização das culturas agrícolas. Existem dados, que se as abelhas sumirem, em 4 anos a humanidade morrerá de fome. Assim é importante que tenhamos muitos criadores”, conclui.