De olho no mercado de orgânicos que cresceu cerca de 87% no segundo semestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, produtores de Pindamonhangaba estão participando do Programa de Morango Orgânico oferecido pelo Sindicato Rural de Pindamonhangaba em parceria com o SENAR-SP.
O Programa que acontece até outubro no sítio Guaçatonga, no bairro do Pinga, oferece técnicas de cultivo da fruta que tem grande demanda de mercado. Durante o programa, os produtores aprendem na prática técnicas de manejo para que possam aplicar o aprendizado em suas propriedades.
No projeto do programa, a cultura foi plantada numa área de 500 m2, com 4 cultivares diferentes: Monterey, Flórida Fortuna, Cabrillo e San Andreas. De acordo com Antônio Marchiori, consultor e instrutor de agricultura orgânica do Senar-SP, cada cultivar tem uma característica diferente. “O Flórida Fortuna é uma variedade de dia curto, mais exigente em horas de frio – vai produzir antes e também parar de produzir primeiro. Os demais cultivares são de dia neutro, menos exigentes em horas de frio, que permitem que o produtor faça o cultivo em regiões e épocas em que o clima está mais quente”, explica. Marchiori salienta ainda que o comportamento das cultivares de morango pode variar bastante – umas são mais sensíveis, outras mais produtivas e, outras mais resistentes a pragas. “Cabe ao produtor escolher qual variedade ele vai cultivar, de acordo com a demanda e as preferências de mercado de sua região”, comenta.
No programa os produtores aprendem ainda a preocupação com a utilização de uma muda de qualidade e procedência, além da colocação correta de adubos e fertilizantes permitidos pela agricultura orgânica. “A agricultura orgânica utiliza tecnologia para que o produtor possa produzir de forma sustentável com maior rentabilidade. Buscamos o equilíbrio até mesmo com a adubação. Os participantes do curso aprendem como manejar a fertilidade das suas terras de forma racional, um aspecto cada vez mais importante, especialmente agora com o grande aumento do preço dos fertilizantes. Também aprendem sobre as novas formas de controle de pragas e doenças, como por exemplo o uso de bioinsumos a base de fungos e bactérias, além de outras práticas que são permitidas na agricultura orgânica”, explica o instrutor.
Marchiori aponta ainda o uso da palha das plantas de cobertura, e a diversificação dos cultivos, como práticas importantes para a proteção das plantas e para uma melhor produção. “No sítio Guaçatonga a presença das plantas aromáticas vai ser importante para a proteção das cultivares dos ataques de insetos”, destaca.
Para Hamilton Trajano Cabral, produtor rural e proprietário do sítio onde o programa acontece, a oportunidade tem sido muito enriquecedora. “É gratificante, pois o conhecimento técnico vem colaborar com a experiência do sítio no cultivo de plantas aromáticas e o cultivo do morango orgânico pode agregar para a geração de renda”, comemora. Na propriedade, que trabalha com plantas aromáticas para a produção de óleos essenciais, existe também o cultivo de frutas orgânicas nativas da mata atlântica consorciadas com outras espécies nativas e exóticas para extração do óleo essencial. “O cultivo do morango orgânico também pode contribuir nesse sentido, no processo de rotação de cultura para agregar valor biológico para o solo”, conclui o produtor.
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